A Páscoa de Jesus
Marcos 14, 15 e 16.
“E prepararam a Páscoa.”
O evangelista Marcos registra com detalhes o que aconteceu naquela noite do século I na cidade de Jerusalém, durante a celebração da Páscoa dos judeus. Três mil anos haviam se passado, porém os hebreus não deixavam de comemorar sua libertação da escravidão egípcia. Antes da fuga dos israelitas do Egito foi celebrada a primeira Pessach (palavra hebraica para passagem), quando um cordeiro deveria ser sacrificado por cada família e comido com ervas amargas e purê de frutas e, também com vinho.
Jesus e seus discípulos se reuniram para esta celebração. Num salão alugado para este fim, o Senhor surpreende a seus fiéis seguidores quando logo após cear a Páscoa judaica, convida-os a firmar uma nova aliança. Desta feita, Ele próprio se apresenta como o cordeiro a ser sacrificado pelo Pai. O pão sem fermento passa a representar seu corpo que seria “moído” no Calvário e o vinho seu sangue, capaz de purificar o homem de seus pecados não apenas uma vez por ano, mas por toda a eternidade.
Ao terminar este momento único Jesus de Nazaré vai ao Jardim do Getsêmani. Lá se angústia “até a morte”, conforme descrito por Ele mesmo, chegando a suar gostas de sangue; tamanha dor que antecedia sua caminhada em direção à crucificação. Ali mesmo Ele é preso e levado ao sinédrio onde as autoridades judaicas, já ansiosas por prendê-lo e matá-lo, haja vista que o consideravam um impostor blasfemo e atrevido que se dizia Filho de Deus, o julgaram e o condenaram.
O evangelista Marcos registra no capítulo 15 de seu livro que pela manhã bem cedo as autoridades judaicas decidiram levar Jesus a Pilatos. Depois de muita discussão e incertezas, o governador da Judéia decide condenar o Filho do Homem a morte pela crucificação. Levado pelos soldados romanos ao Monte da Caveira, Ele é cravado pelas mãos e pelos pés à uma cruz de madeira e lá, até a morte, vive seus momentos mais agonizantes.
No primeiro dia da semana Jesus morreu! Sua morte foi chorada pelos que o amavam e celebrada pelos que o odiavam. Mas, Jesus ressuscitou! Nem os judeus, nem os romanos, nem a morte, nem o sepulcro puderam detê-lo. Era o primeiro dia da semana. A tumba onde o Mestre foi colocado foi achada vazia. Ele era a Vida, e a vida não morre.
Esta é nossa Páscoa. A Páscoa de todos os cristãos. Celebramos a libertação do domínio do pecado. Não somos mais escravos condenados à uma prisão eterna. Jesus fez nossa passagem da morte para vida. Como diz o belo hino cristão: Ele morreu a nossa morte para vivermos sua vida. Para os que Nele creem, Ele é o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Ele é o Pão Vivo que desceu do céu; alimento puro e completo capaz de saciar a fome de todos os homens. Seu sangue é agente purificador. Mas, não é uma limpeza temporária que necessita ser refeita e renovada a cada ano, é eterna, permanente é perfeita.
Esta é a nossa Páscoa, momento de recordação, de celebração, de gratidão. Pessach – passamos da morte para a vida.
Pr. Paulo Roberto de Araújo